11 março 2006

Hoje eu queria levar uma picada. E que essa picada viesse leve, sem ser percebia e que seu efeito fosse aos poucos: primeiro um braço tremendo, depois os pés sem firmeza, em seguida um frio na barriga constante e por fim uma alteração da visão, como se tudo ao redor ficasse coberto de névoa e quando já não existisse mais cura, eu já não seria dona de mim.
Se não for picada, poderia ser um gás fatal e não letal, que me atordoasse os sentidos, que causasse os mesmos efeitos da picada, só que com mais gravidade e mais rápido. Poderia também contrair a doença que muitos pegam e que não é, mas deveria ser, contagiosa. Poderia até ser um comprimido, dos grandes, que eu tanto tenho dificuldade em engolir mesmo quando são pequenos, que me desse o tremelique, o suar nas mãos, a vista embaçada. Ou ainda topar com um vento que me sacudisse ou uma chuva que me despertasse para o sonho, para o que muitos buscam, para o que eu adoraria encontrar, para o que não dá mais para esconder: amor.
É isso que queria que me levasse da vida pequena e medíocre, da coisa mesquinha de me ter para mim mesma e me colocasse diante de um par de olhos transparentes e profundos que codificassem os meu olhos numa piscada. Que fosse possível nosso coração bater descompassado, depois calmo e ainda no nosso ritmo, no tom na música que seria nossa. Que as mãos se tocassem com calor e principalmente que nossas almas se aquecessem.
Por picada, gás, doença, comprimido, por o quer que seja, experimentar o amor com coração e alma livres é tudo que eu quero agora.

2 comentários:

Lica disse...

Miroca,
Imagino o q estas sentindo, quanto tempo quis o mesmo!
E te digo que vale cada segundo da espera, pq qd chega é sempre perfeito!
Que venha este tão aguardado amor!
Estou na torcida...de verdade!
Um grande abraço
LICA

mírian disse...

Bia, querida, não tinha visto seu comentário, que bom que gostou e que esteve por aqui, volte sempre, querida!

Obrigada pela música!

Bjs